Sabia que o Brasil é um dos maiores produtores de pedras preciosas e semipreciosas? Continue lendo para saber mais!
O Brasil é o maior produtor mundial de pedras preciosas (respondendo por cerca de 1/3 da produção mundial, exceto diamante, rubi e safira) e um dos principais exportadores, contando com cerca de apenas 10% da extração destinada ao comércio interno. Nosso país é rico tanto na quantidade de pedras produzidas, quanto na diversidade: somos um dos principais produtores de ágata, topázio, ametista turmalina, água-marinha, citrino, cristal de quartzo e esmeraldas, e, além disso, o único produtor de topázio imperial.
Em grande maioria, a produção brasileira de pedras preciosas é realizada por garimpeiros e pequenas empresas de mineração, porém, além dos estabelecimentos formalizados, existem vários artesãos e empreendimentos informais, chamados de “fundo de quintal”.
Devido à pouca modernização no setor, as pedras são exportadas em estado bruto e, portanto, o valor é baixo. Após a importação, contudo, os países compradores realizam o processo de beneficiamento (que pode ser a lapidação ou outro tipo de processo, como submeter a pedra a altas temperaturas para provocar a mudança de cor, entre outros), que pode aumentar em até 50 vezes mais o valor pago pelo produto bruto. As maiores produções encontram-se em seis estados brasileiros: Minas Gerais, Bahia, Goiás, Pará, Tocantins e principalmente o Rio Grande do Sul. O estado gaúcho é tido como um dos maiores produtores do país, especialmente no que se refere às pedras ágata e ametista, abrangendo quase todas as exportações nacionais. O setor de pedras preciosas desse estado é considerado um dos cinco principais aglomerados do país e envolve atividades de extração até a produção final dos produtos, como joias, folheados e gemas lapidadas. Os principais destinos da produção gaúcha são as cidades do Rio de Janeiro e São Paulo e os estados do Paraná e Santa Catarina.
As áreas de maior produção no Rio Grande do Sul são o Médio Alto Uruguai (próximo à divisa com Santa Catarina, onde é produzida, especialmente, a ametista) e a região Lajeado – Soledade – Salto do Jacuí, no centro do estado, rica principalmente em ágata. Esse ciclo de extração, beneficiamento e comercialização movimenta a economia, principalmente do município de Salto do Jacuí. As exportações têm como destinos principais o Japão, a Alemanha, os Estados Unidos, a França e a Itália, enquanto as pedras extraídas e comercializadas internamente são destinadas para a confecção de objetos como cinzeiros, vasos, talheres e para a indústria de joalheria.
A pedra mais encontrada na cidade de Salto do Jacuí é o tipo de Ágata Umbu, que tem uma cor acinzentada e apresenta bons resultados depois de tingida, revelando as estruturas vivas e obtendo colorações homogêneas. As extrações são realizadas nas pedreiras com máquinas, utilizadas para a escavação, pois, para conseguir alcançar a camada produtora de pedras ágata, é necessário cavar por volta de 20 metros de profundidade.
Fotos retiradas da monografia “A INTERDIÇÃO DOS GARIMPOS E SEUS IMPACTOS NO DESENVOLVIMENTO DE SALTO DO JACUÍ – RS ENTRE OS ANOS DE 2010 E 2014”, de Fernando Dalla Vecchia Guerreiro, publicada em 2015 para a obtenção do título de Bacharel em Economia na Universidade Federal de Santa Catarina.