Muito se fala sobre Exu sem conhecimento – a verdade é que a forma de culto depende do lugar. Continue a ler para saber um pouco mais sobre esse orixá/entidade.
Existem diferentes formas de culto a Exu pelo Brasil – podemos citar o candomblé, a umbanda e a quimbanda, além de outras religiões e cultos afrodescendentes. Assim, pode ser cultuado tanto como orixá, quanto como entidade, além de que muitas casas de axé, às vezes da mesma religião, podem fazer distinções entre si em relação às práticas, orações, rituais, formas de culto etc.
Muitas vezes, Exu é tido como diabo pelos cristãos – e até mesmo alguns pontos mencionam isso. É importante saber que o diabo cristão não tem nada a ver com o culto a Exu, pois a cultura iorubá não tem essa visão maniqueísta na qual tudo é dividido entre bom X mau.
Apesar das diferenças entre religiões e práticas, as características de Exu permanecem as mesmas: Exu é mensageiro, representa a vida, felicidade, vitalidade, comunicação, dinamismo, movimento, jovialidade, proteção, insubmissão, mudança, ordem e caos, e, por isso, também é conhecido como trapaceiro. Não é mau e nem bom, sendo a entidade mais próxima dos humanos, capaz de amar e odiar, unir e separar, promover a paz e a guerra. Dono do mercado, das trocas, dos negócios e do comércio, Exu protege aqueles que o agradam e sabe retribuir seus favores.
É o intermediário entre os homens e os deuses, e é por esse motivo que sempre são feitas oferendas a ele primeiro. Permite a comunicação entre o orum (plano astral) e o aiê (plano material), por isso é capaz de manipular forças e energias para influenciar o aiê. Um ditado iorubá é capaz de traduzir bem esse aspecto: “Exu matou um pássaro ontem com uma pedra que só jogou hoje”, mostrando que o tempo não é um empecilho para essa divindade.
Como Orixá, é senhor da sexualidade e virilidade, não é incorporado para dar consultas e é grande conhecedor dos segredos dos búzios.
Exu cultuado como entidade é uma egrégora de espíritos em evolução e de luz, considerados vetores para trabalhos. Cada entidade responde por um nome ligado a uma linha e um reino (Tranca Rua das Almas ou das Encruzilhadas, por exemplo), podendo ser uma entidade masculina (exu) ou feminina (pombagira). Ciganos e malandros também podem ser considerados exus.