Sabe-se que cada casa de Umbanda, Candomblé ou de religião de matriz africana tem uma vertente própria ou segue uma nação, e, pelo fato dessas culturas serem tradicionalmente orais, não há registros escritos que indiquem a origem das características e histórias dos orixás. Esse texto é apenas um apanhado de informações gerais, não tendo a intenção de se aprofundar em nenhum itan (lenda) e muito menos desacreditar nenhuma crença ou prática diversa.
Ogum é orixá guerreiro, caçador e artesão do ferro. O principal elemento da natureza relacionado a ele é o ferro e o metal, cujos segredos foram facilmente descobertos, proporcionando a forja de armas e ferramentas. As cores utilizadas para este orixá são o azul escuro ou vermelho, a depender da vertente seguida na religião; o dia da semana é terça-feira e as comidas oferecidas costumam ser feijoada com feijão preto, inhame e cerveja.
O símbolo marcante é a espada, de acordo com seu ofício de ferreiro e dono da guerra, e o animal relacionado a ele é o cachorro, devido sua personalidade leal e companheira. Considerado divindade da metalurgia, do ferro e do aço, dono das armas, das guerras, da força de vontade e da conquista. Assim como o arquétipo do planeta Marte na astrologia, Ogum também é relacionado ao trabalho duro, ao pioneirismo e a conquista, à atividade criadora do homem e seu poder de transformação, sendo assim, também é tido como o orixá da tecnologia, da produção e da expansão.
O orixá ferreiro é filho de Iemanjá, irmão de Oxossi e de Exu, tendo forte influência sobre esse último, pois ambos são tidos como donos do caminho. Ogum já foi casado com Oxum, Obá e Iansã. O guerreiro tem uma personalidade impaciente, dominadora e é cheio de força de vontade. Além disso, ele também mostra novas oportunidades, abre novos caminhos e propicia a força necessária nas dificuldades do dia a dia, oferecendo à humanidade os instrumentos materiais necessários à nossa sobrevivência – não à toa é considerado divindade da guerra e da agricultura.
A faca foi um instrumento de ferro forjado por Ogum para a humanidade, capaz de cortar para o bem e para o mal – podendo ser usado tanto em guerras como para a caça e para a alimentação. Além disso, também forjou o ancinho que cultiva a roça, proporcionando novas profissões e meios de produção com o ofício da agricultura. Tido como artesão e operário, sempre visando o progresso e a expansão, a sua atividade é altamente ligada ao trabalho urbano nos dias atuais.
Os filhos de Ogum tem como características a competitividade, a facilidade em se irritar, o gosto por festas e comemorações, o desprezo por injustiças e o gosto por novos desafios. Geralmente, são trabalhadores dedicados e muito corajosos.
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FONTES
ROCHA, Marlúcia Mendes da. Ogum – REVISTA KÀWÉ – 2/2001 – p. 14-16.
PRANDI, Reginaldo. Ogum: caçador, agricultor, ferreiro, trabalhador, guerreiro e rei. Editora Pallas. 2020, Rio de Janeiro.