Você sabia que o dendê é um dos óleos vegetais mais utilizados e comercializados no mundo? Clique aqui para saber mais sobre a produção e os benefícios!
O óleo de palma (ou azeite de dendê) é o óleo vegetal mais produzido e utilizado no mundo, extraído do fruto do dendezeiro (também conhecido como palma-de-guiné, e coqueiro-de-dendê), uma palmeira que pode chegar a 15 metros de altura. Os frutos são arredondados, cor de laranja e crescem em cachos e podem ser divididos em três partes: a polpa, a casca da amêndoa e a própria amêndoa. O azeite de dendê é extraído da polpa do fruto da palma (conhecido como dendê), enquanto a amêndoa rende um óleo mais claro, chamado de palmiste.
Essa palmeira chegou ao Brasil com os povos escravizados, por volta do século XVII. Os navios traziam cachos e sementes de palma junto com a população e acabou sendo disseminado na Bahia por questões ambientais. Surgiu, então, o nome “dendê”, pois o nome original vinha do termo “ndénde” (“dendê” em quimbundo, segunda língua mais falada em Angola).
Além do azeite de dendê que conhecemos usado para cozinhar, também há outras utilizações para o óleo de palma extraído, como a produção de cosméticos, sabões e margarina. Fora o óleo de palma, ainda é possível obter o óleo de palmiste, extraído da semente do fruto do dendezeiro, que é um pouco diferente apenas na questão da composição de ácidos graxos presentes.
O azeite de dendê é rico em vitamina A, vitamina E, ômega 6 e 9. Há informações de que, na Bahia, o índice de crianças com deficiência de vitamina A é baixo devido à utilização do óleo de palma na culinária.
Atualmente, a maior parte dos plantios industriais ocorrem no estado do Pará por questões climáticas (95% da produção nacional se encontra lá). O dendezeiro é uma planta muito produtiva, pois, além de proporcionar a produção de diversos produtos diferentes, gera cerca de 10 vezes mais óleo em comparação com a soja. Além disso, todas as formas do óleo de dendê são produzidas e consumidas no mundo, sendo o óleo vegetal mais comercializado.
Os cachos de dendê são colhidos manualmente e transportados até as usinas, onde ocorre a separação do que é a palma (parte da polpa do fruto) e palmiste (caroço) e, então, a extração de ambos é feita de forma separada. As extrações são transportadas para Belém por balsas para que sejam refinadas e o óleo de palma é fracionado em diversas frações líquidas e sólidas para, posteriormente, serem misturadas em proporções diferentes para serem transformadas em gordura para sorvetes, biscoitos, sabonetes, hidratantes, shampoos, etc, a fim de garantir certas características em tais produtos, como durabilidade, crocância e sabor. Além de alimentos, sabões e lubrificantes, também pode ser utilizado para a produção de biocombustível. O processo ocorre todo de forma mecânica e física, não sendo adicionado nenhum produto químico durante o processo.
Para a produção do azeite de dendê como conhecemos é preciso extrair o óleo de palma e passar por processos específicos até obter duas frações: a oleína (fração líquida) e a estearina (fração sólida). O dendê “limpo” e apenas com óleo, sem essa parte sólida que fica no fundo da garrafa, acaba sendo mais caro justamente porque precisa de uma etapa extra durante o processo para retirar essa fração sólida.
Se você se deparar com um azeite de dendê mais barato, mas com uma parte mais grossa no fundo da garrafa, saiba que é perfeitamente natural e utilizável da mesma forma. As baianas de acarajé, inclusive, preferem utilizar esse azeite para a fritura. Elas denominam a oleína como flor do azeite ou flor do dendê, então é normal ver produtos com esse nome, pois foi realizada a retirada da parte sólida, ou seja, a estearina, conhecida como bambá.
